quinta-feira, 12 de abril de 2007

O FREVO



O Frevo é um ritmo pernambucano derivado da marcha e do maxixe. Surgido em Recife no final do Século XIX, o frevo se caracteriza pelo ritmo extremamente acelerado. Muito executado durante o carnaval, eram comuns conflitos entre blocos de frevos, em que capoeiristas saíam à frente dos seus blocos para intimidar blocos rivais e proteger seu estandarte. Da junção da capoeira com o ritmo do frevo nasceu o passo, a dança do frevo.

Origem da palavra

A palavra frevo vem de ferver, por corruptela, frever, que passou a designar: efervescência, agitação, confusão, rebuliço; apertão nas reuniões de grande massa popular no seu vai-e-vem em direções opostas, como o Carnaval, de acordo com o Vocabulário Pernambucano , de Pereira da Costa. [3]

Divulgando o que a boca anônima do povo já espalhava, o Jornal Pequeno, vespertino do Recife que mantinha uma detalhada seção carnavalesca da época, na edição de 12 de fevereiro de 1907, fez a primeira referência à dança, chamando-a de frevo. E em reconhecimento à importância do ritmo e a sua data de origem, em 09 de Fevereiro de 2007, a Prefeitura da Cidade do Recife comemorou os 100 anos do Frevo durante o carnaval deste ano.

O frevo no carnaval

Em 1957, o frevo Evocação No. 1, de Nelson Ferreira, gravado pelo Bloco Batutas de São José (o chamado frevo de bloco) invadiria o carnaval carioca derrotando a marchinha e o samba. O lançamento era da gravadora local, Mocambo, que se destacaria no registro de inúmeros frevos e em especial a obra de seus dois maiores compositores, Nelson (Heráclito Alves) Ferreira (1902-1976) e Capiba (Lourenço da Fonseca Barbosa, 1904-1997). Além de prosseguir até o número 7 da série Evocação, Nelson Ferreira teve êxitos como o frevo Veneza Brasileira, gravado pela sambista Aracy de Almeida e outros como No Passo, Carnaval da Vitória, Dedé, O Dia Vem Raiando, Borboleta Não É Ave, Frevo da Saudade. A exemplo de Nelson, Capiba também teve sucessos em outros estilos como o clássico samba canção Maria Bethânia gravado por Nelson Gonçalves em 1943, que inspiraria o nome da cantora. Depois do referido É de Amargar, de 1934, primeiro lugar no concurso do Diário de Pernambuco, Capiba emplacou Manda Embora Essa Tristeza (Aracy de Almeida, 1936), e vários outros frevos que seriam regravados pelas gerações seguintes como De Chapéu de Sol Aberto, Tenho uma Coisa pra lhe Dizer, Quem Vai pra Farol É o Bonde de Olinda , Linda Flor da Madrugada, A Pisada É Essa, Gosto de Te Ver Cantando.

Cantores como Claudionor Germano e Expedito Baracho se transformariam em especialistas no ramo. Um dos principais autores do samba-canção de fossa, Antônio Maria (Araújo de Morais, 1921-1964) não negou suas origens pernambucanas na série de frevos (do número 1 ao 3) que dedicou ao Recife natal. O gênero esfuziante sensibilizou mesmo a intimista bossa nova. De Tom Jobim e Vinicius de Moraes (Frevo) a Marcos e Paulo Sérgio Valle (Pelas Ruas do Recife) e Edu Lobo (No Cordão da Saideira) todos investiram no (com)passo acelerado que também contagiou Gilberto Gil a munir de guitarras seu Frevo Rasgado em plena erupção tropicalista.

A baiana Gal Costa misturou frevo, dobrado e tintura funk (do arranjador Lincoln Olivetti) num de seus maiores sucessos, Festa do Interior (Moraes Moreira/ Abel Silva) e a safra nordestina posterior não deixou a sombrinha cair. O pernambucano Carlos Fernando , autor do explosivo Banho de Cheiro, sucesso da paraibana Elba Ramalho, organizou uma série de discos intitulada Asas da América a partir do começo dos 1980.[4]

Botou uma seleção de estrelas para frevar: de Chico Buarque, Alcione, Lulu Santos e Gilberto Gil a Jackson do Pandeiro, Elba e Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Fagner e Alceu Valença. Entre os citados, Alceu, Zé e Geraldo mais o Quinteto Violado, Lenine, o armorial Antônio Nóbrega e autores como J. Michiles, mantêm no ponto de fervura o frevo pernambucano. Mesmo competindo com os decibéis – e o poder de sedução – do congênere.




detalhes

referencia:
www.wikipedia.com.br


Passista de Frevo no Carnaval do Alto da Sél de Olinda, Pernambuco, Brasil.Passistas de Frevo na Rua de São Bento no Carnaval de Olinda 2005, Pernambuco, Brasil. Passistas de Frevo na Rua de São BentoPassista de Frevo no Carnaval do Alto da Sél de Olinda, Pernambuco, Brasil.

Passista de Frevo
no Carnaval do Alto da Sé
de Olinda, Pernambuco, Brasil.
Foto: Passarinho
no Carnaval de Olinda 2005, Pernambuco, Brasil.
Foto: Passarinho
Passistas de Frevo no Passódromo do Carnaval de Olinda 2005, Pernambuco, Brasil. Passistas de Frevo no Passódromo

Numa longa reportagem publicada em 1977, com base em levantamento feito em jornais da época, o DIÁRIO DE PERNAMBUCO contou a história do Clube Vassourinhas que estava fazendo naquela data, oitenta e oito anos de fundação. Assim, aparecem usos e costumes do carnaval de 1889 e foi utilizado também um depoimento prestado em 1977 por João Batista do Nascimento, apelidado Nô Pavão, antigo sócio e ex-presidente de Vassourinhas. Nô Pavão nasceu no Beco do Ciúme, Freguesia de Santo Antônio, Recife, em 1885.

Na reportagem referida, notícias do entrudo, bailes, músicas, agremiações, bebidas, comidas, artigos carnavalescos, barulhos. Não foi esquecido o local onde teria surgido o Clube Vassourinhas e havia informações sobre orquestra, porta-estandarte, horário, alegoria, itinerário, etc.

No final da matéria esta indagação: "Teria nascido neste dia-a-dia famosa marcha n° 1 do Clube, cujos versos estão pintados numa parede?". Na verdade, eu tinha as minhas desconfianças de que a música e outras coisas de ordem administrativa não poderiam ter surgido no mesmo dia e mês que a tradição aponta como da fundação do Clube: 6 de janeiro. Do meu lado está Nô Pavão que na entrevista referida, afirmou ser Vassourinhas de 6 de janeiro, mas sua instalação ocorreu em 7 de fevereiro de 1889.

Comprovadamente ele surgiu no carnaval daquele ano, bem trajado, colhendo aplausos "com seus toques, cantos e dançados" de acordo com registro do DIARIO DE PERNAMBUCO em 5 de março de 1889. No jornal do Recife, dias 1, 2 e 3 de março do referido ano, o fiscal M.C. na seção - Declarações - comunica à organização do Vassourinhas "que nos três dias de carnaval percorrerá as principais ruas desta capital, trajado com um agradável figurino aos apreciadores do festim fazendo então suas manobras nos pontos determinados".

Voltando mais um vez à reportagem citada, nela não está incluída Joana Batista como fundadora da nova agremiação, conforme depoimento de Nô Pavão. Aparecem o alfaiate Andrade, Carrinho, João do Carmo, Epifânio, Matias da Rocha e seu irmão Cosme, conhecido pelo apelido de Cabeça de Pau.


Carnaval de Olinda 2005, Pernambuco, Brasil.
musica de frevo Foto: Passarinho

referencia:
http://www.pousadapeter.com.br/indexfotos_danca_frevo_olinda_recife_pernambuco.htm

FREVO

O ritmo do frevo vem das antigas marchinhas, que tinham em seus primórdios um andamento parecido com o dobrado. A marchinha é um gênero de canção brejeira, em compasso binário, desenvolvida principalmente entre os anos 20 e 50, e destinada ao carnaval. Muitas vezes humorística e, em certos casos, claramente paródica, corresponde certamente a um testemunho da classe média. A pioneira do gênero é "O Abre-Alas", de Chiquinha Gonzaga (1847-1935), de 1899. Seus cultores mais característicos são Lamartine Babo (1904-1963) e João de Barro (1907), que trabalhava em parceria com Alberto Ribeiro (1902-1971). Ganhou elementos inovadores da polca e da marcha militar e com o passar dos anos, transformou-se no frevo de Olinda, transfigurando as antigas agremiações do século XIX nos Clubes Carnavalescos dos nossos dias. O Clube chamou para si a atenção dos capoeiras, comuns nos desfiles das bandas militares que, fazendo complicados passos, criaram a coreografia do nosso frevo. Sua nomenclatura vem do desdobramento coloquial da palavra ferver. O ritmo, quando dançado, fazia o sangue do povo ferver, frever, até chegar a composição da palavra frevo.http://www.olindacbc.com.br/curiosidades.php

Nenhum comentário: